Vinhedos, chimarrão, churrasco no estilo fogo de chão e um horizonte que parece não ter fim. Assim é a Campanha Gaúcha, na região dos Pampas, que abraçam uma grande porção do Rio Grande do Sul e se estendem até a fronteira com o Uruguai e a Argentina. Apesar de pouco conhecidas ainda, as vinícolas da Campanha têm tudo para ganhar as taças dos apaixonados por vinhos. Isso porque, por lá, o solo rico em granito e calcário, marcado por verões quentes e secos e invernos frios, dá às uvas mais estrutura, o que se traduz em tintos bem encorpados e equilibrados.
Esse pedaço dedicado às tradições pampeiras e à vitivinicultura pode ser desvendado no roteiro a seguir. Bem amarrado, ele costura sete das 14 cidades que formam a Campanha. Ao longo de cinco dias, demos check em Uruguaiana, Itaqui, Santana do Livramento, Dom Pedrito, Bagé, Pinheiro Machado e, enfim, Candiota. É um mergulho no interiorzão do Rio Grande do Sul, explorando um terreno que nem sempre entra no mapa do viajante, mas que encanta pelo clima acolhedor e rústico. Boa parte das vinícolas oferece visitas guiadas pela produção, incluindo degustação, bem como atividades que vão além das uvas. O clima campestre comanda as refeições ao ar livre, a observação de estrelas, o passeio de charrete, as trilhas e a contemplação do entardecer.
Prepara!
A melhor forma de chegar à região é voando de Porto Alegre até Uruguaiana, em um trajeto de cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos. Quem for dirigir, entretanto, encara 634 km de estrada. Uruguaiana serve como porta de entrada para o roteiro e fica a pouco mais de uma hora da vinícola Campos de Cima, em primeiro lugar no nosso circuito. Nossos pernoites, contudo, foram em Santana do Livramento e Bagé.
Reserve pelo menos quatro noites na região. Afinal, é bom saber que as vinícolas são bem distantes umas das outras, o que exige deslocamentos longos. E torna o carro ou a van de excursão imprescindíveis, aliás. Quem deseja provar vinhos em todas as vinícolas, deve contratar uma agência local para os passeios, assim pode beber sem se preocupar com a estrada.
Diferentemente da Serra Gaúcha, em que a rota do enoturismo já é toda desenhada, na Campanha o segmento ainda está se organizando. Por isso, ter um roteiro pré-montado faz toda a diferença na hora de explorar a região. Sendo assim, prefira as bodegas que conciliem os passeios com refeições, para ganhar tempo.
A colheita acontece de janeiro a março, no verão. Na primavera, a região fica especialmente bela e o clima ameno convida para passeios ao ar livre. Enquanto isso, de maio a agosto, o outono e o inverno são lindos; mas também gelados, ideais para degustar o resultado da vindima.
DIA 4
Estância Paraizo, em Bagé
A Estância Paraizo é uma fazenda que começou sua história em 1790, com a chegada da família Mercio de Portugal. Dedicada a agricultura e pecuária, a estância iniciou o cultivo de uvas em 2000. Seu vinhedo conta com três hectares de castas variadas, como por exemplo a Cabernet Sauvignon importada da Itália, e dois hectares de Shiraz, vinda da África do Sul. As degustações acontecem em um galpão rústico de pedra, repleto de referências pampeiras. É um ótimo lugar também para um jantar, com direito a tour de observação das estrelas na companhia de um astrônomo. Ademais, na propriedade há uma capelinha com mais de 100 anos. Rodovia BR-153, km 610 no sentido Porto Alegre/Bagé ou km 611 no sentido Bagé/Porto Alegre, estanciaparaizo.com
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