A história da Estância Paraizo se confunde com a própria história da Região da Campanha Gaúcha. Nasceu das viagens dos Açorianos residentes em Rio Pardo para a atual localidade de Bagé, a Rainha da Fronteira, em busca do Gado Orelhano trazido pelos jesuítas e que havia se espalhado pelos campos do Continente de São Pedro. Na época, esta região era uma confluência do término dos limites do município de Rio Pardo, do final das missões jesuíticas e do início dos campos neutrais entre os Impérios Português e Espanhol.

Por volta de 1790 a Família Mercio estabelece seu Rancho na região que atualmente compreende parte das localidades dos municípios de Bagé, Lavras do Sul e Dom Pedrito. Fincam raízes, engajam nas lutas para formação da atual fronteira sul-brasileira com o Uruguai, conquistam sesmarias como pagamento pelo seu trabalho militar e de campo em uma região que até então era pouco habitada devido à vida rústica e ao difícil acesso devido às grandes distâncias.

Desta formação original com fortes influências portuguesas, espanholas e indígenas de pessoas que desbravam o Bioma Pampa desenvolve-se o tipo nativo do Gaúcho. Uma figura de três pátrias que desenvolve-se nas condições inóspitas dos campos sul-brasileiros, uruguaios e argentinos ao criar habilidades campeiras e de equitação que permitem a exploração do gado. A partir daí molda-se uma cultura fortemente vinculada às coisas da terra, à vida rural, às guerras e revoluções, ao gado e aos cavalos e ao manejo do Pampa.